sábado, 19 de fevereiro de 2011

Idiossincrásicos,

“Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...” (Carlos Drummond de Andrade).

Ele apenas esqueceu de nos mostrar o que vem após as reticências. Suspiro.

Enfim... esse é o grande problema. O encaixe. Química. Troca.

O jeito!... É incrivelmente cativante a maneira peculiar de cada pessoa. Esse modo diferente de sentir, gostar, apaixonar-se, reagir. O modo como cada pessoa absorve determinada coisa, situação.

Quando a gente conhece, avista, esbarra..., ah! Não sei! Ou simplesmente imagina. Risos...
É absurdamente estranho parar para pensar sobre esses assuntos. É bem (des)motivador.

É isso, idiossincrasia!
Sem mais.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Anseios de um coração que bate,

Ao som de Homem Aranha, Jorge Vercilo.

Sinceramente... eu gostaria de ser implacável. Invencível. Irresistível. Risos...

Nossa! Como é difícil conquistar uma pessoa. Eu supunha que era mais fácil. Ingenuamente pensava que era apenas conversar. Trocar telefones. Mas não é bem assim que a banda toca.

O que é paixão a primeira vista. Não, não é o que eu sinto. É apenas um trecho da música que ouço agora. Mas, certamente creio que passear pelo abstrato é bem mais doído que pelo concreto. E digo mais, não adianta policiar-se.

O policiar-se que eu me refiro, é aquela pessoa que diz que não vai mais sentir nada por ninguém. Fico boquiaberto ao ver que ela não consegue. Coitada, é uma pena!

O sim e o não são palavras muito vivas na nossa, mais uma vez citada, existência. Ligar e não ligar. Procurar e não procurar. Falar e não falar. Sentir e não sentir (para isso não temos muito êxito no controle). Abraçar e não abraçar. Beijar e não beijar...

Olha... descobri que a pior coisa que existe é tentar dormir quando não se tem sono. A gente lembra, e pensa, e reflete, e se submete... Às vezes a gente tá em casa e dá uma vontade louca de sair. Às vezes dá uma vontade louca de tentar entender o porquê de ter saído. E questiona-se o porquê de ter surgido, acontecido, cedido, fluído.

Aí a gente para e pensa: “Nossa, como eu sou um besta. Não é nada disso. Estou fantasiando. Cai na real. Deixa de ser bobo”. E a gente olha no espelho, e passam trezentos mil filmes na sua mente. Os de Hollywood, da França, da Alemanha e até um filosófico neerlandês que assisti. Mas no fundo no fundo você só precisa de uma coisa.

A gente fantasia muito e isso é um erro. É um erro? Não sei. Mas se for, é um erro que conforta. Quisera eu possuir tudo o que desejasse. Não seria bom. Não! Quero conquistar tudo e não ganhar tudo.

Mas o pior de tudo é quando a gente tem uma coisa, e não sabe o que fazer com essa coisa.

Gente, para que eu escrevo tudo isso? Risos... Até agora não sei. “É tudo tão incerto” disse Clarice e “A incerteza é a certeza do ser humano” acrescento eu. Estou feito um louco unindo frases e/ou parágrafos sem sentidos para formar algo que, no fundo, faça algum sentido para mim. E faz. Eu sei. Eu sinto o que sei. E sei o que sinto. Só não controlo. Nem o que sei nem o que sinto.

A vida é uma constante contradição. Fico completamente maravilhado com isso. Mesmo eu detestando com todas as minhas forças todas as espécies dos aracnídeos possíveis e imagináveis chamados de aranhas, eu daria tudo para ter uma teia agora. Risos...

Eu quero a teia. Assim mesmo, artigo definido, por favor.

E no fundo no fundo, bem lá no fundo mesmo, um doce, sonoro e suave “eu também” faria toda a diferença. Ah! Futuro do Pretérito, você existe. Mas eu te supero!


"Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você!..."

"Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia..."

(Jorge Vercilo)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sessão Recomendo: Um Amor de Verdade*

Ler é sempre bom.

"Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente. Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão. Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade!"

GASPARETTO, Zíbia & Lucius. Um amor de verdade. Editora Vida e Consciência, 2004.

*o título do texto foi descaradamente roubado do blog de um grande amigo. Para os interessados, tá aí o endereço: http://socriticasamadoras.blogspot.com/

C'est difficile mais toujours nécessaire,

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."
(Clarice Lispector).
Concordei. E aprendi.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Et plus un jour de torture,

"Quem planta vento, colhe tempestade."
(autor desconhecido).
sem mais,

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O ano,

"Viver é fazer; para quem não faz nada da sua existência, a existência é nada."
(François Guizot)

A vida é um ciclo. E ela é maior do que supomos que ela seja. Viver ultrapassa. Constroi, destroi, reconstroi e redestroi. Milênios se passaram, e ainda estamos, cada vez mais, em busca de viver bem e da melhor maneira possível.
Sempre chegamos a um momento de (auto)reflexão. Nesse momento, dediquei-me em pensar no ano. Não tratando de 2010, apenas, mas, fazendo um apanhado geral de anos, de como têm sucedido.
Família, amigos, e realizações. Pessoais, profissionais e sentimentais – cabe a cada um escolher a ordem, de acordo com suas respectivas preferências. Fazemos tudo para colocar a pontinha dos nossos dedos nos mais profundos e inquietantes sonhos que temos, e esse apetite voraz do nosso mais íntimo desejo, tem uma beleza imensurável.

Um momento importante na vida de qualquer pessoa, que esquecemos de analisar, é o da reflexão. Perceber o que foi bom, o que não foi, produtivo, improdutivo, influenciador. Aquilo que nos mudou, nos irritou, nos alegrou, e também entristeceu. Fortaleceu. Aquilo que nos move, nos solidifica, nos equilibra. Enobrece. Apraz. Contagia. Perpetua. Comove, enfurece, enraivece, enlouquece!
Nos apaixona, ajuda e dá a mão. Quem a gente amou, amava, ama, amará, amaria. O que a gente fez, fazia, faz, fará ou faria. FAÇA! O presente é o que nos move, é o que importa, é o que nos deixa próximo do futuro que queremos. É o que nos dá aquela sensação boa de espera, de retorno, de saber se estamos certos.
O fazer é primordial. Temos que amar, estudar, respeitar. Viver todos os minutos. Aproveitar nosso pai e nossa mãe, porque não os teremos para sempre. Sair com os amigos. Brincar com o cachorro. Olhar aquela vitrine, comprar aquela roupa. Perfumes. Conversas no msn, recados no orkut. Chocolates, havaianas e dizer eu te amo pra quem você ama. Conhecer, arriscar, ganhar, perder. Enfim,

A palavra que eu mais gosto, define tudo que eu quis dizer. A vida é incomensurável.
Só que, sabemos que é difícil viver. Mas, viver é preciso!


"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo."
(Friedrich Nietzsche)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre possíveis “eus” da vida,

Ao “som” da entrevista de Clarice Lispector, Panorama Especial, 1977.

CLARICE,

Acima, lê-se Clarice vírgula – definição no site da Livraria Saraiva.
Benjamin Moser fez o grande favor de nos apresentar mais, e em certos pontos, melhor, uma de nossas maiores e mais intrigantes escritoras: Clarice Lispector.

Eu acho que, quando eu não escrevo, eu tô morta.” Dessa afirmação, podemos ter a oportunidade de entrar em contato com a mais suprema vontade de Clarice, como ela mesma disse, a de “apenas escrever”.

EU. O que seria esse “eu”? Existem vários “eus”? Será que a filosofia existencialista nos responderia isso melhor?

O que me faz ler Clarice é exatamente essa questão incompreensível que ela, entre linhas, coloca. O “eu”, que não sabemos o que é, como é e nem para que serve. Quem é você? Essa é a primeira pergunta escrita na carta endereçada a Sofia no livro “O Mundo de Sofia” de Joistein Gaarder e um incômodo que temos há mais de dois milênios de existência.

Existência. Que seria isso? Sinceramente, não sei. E, sinceramente outra vez, suponho que não chegarei a essa resposta até o último dia da minha.
Penso, logo existo”, disse Descartes. Mas, o que é o existir? Nascemos, vivemos, morremos. É essa a lei. Mas o intrigante e o incompreensível, não é não compreender a lei, mas sim saber por quê?

É tudo tão incerto”, diz Clarice. E realmente percebo que é a mais pura verdade. Incerteza é a certeza do ser humano. O que precisamos fazer é viver, com o mais alto grau de intensidade.

*Só para acrescentar. Benjamin Moser é um escritor americano que dedicou-se a pesquisar Clarice, após tê-la conhecido em aulas de Literatura Brasileira.





















"E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano." (CL)