terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre possíveis “eus” da vida,

Ao “som” da entrevista de Clarice Lispector, Panorama Especial, 1977.

CLARICE,

Acima, lê-se Clarice vírgula – definição no site da Livraria Saraiva.
Benjamin Moser fez o grande favor de nos apresentar mais, e em certos pontos, melhor, uma de nossas maiores e mais intrigantes escritoras: Clarice Lispector.

Eu acho que, quando eu não escrevo, eu tô morta.” Dessa afirmação, podemos ter a oportunidade de entrar em contato com a mais suprema vontade de Clarice, como ela mesma disse, a de “apenas escrever”.

EU. O que seria esse “eu”? Existem vários “eus”? Será que a filosofia existencialista nos responderia isso melhor?

O que me faz ler Clarice é exatamente essa questão incompreensível que ela, entre linhas, coloca. O “eu”, que não sabemos o que é, como é e nem para que serve. Quem é você? Essa é a primeira pergunta escrita na carta endereçada a Sofia no livro “O Mundo de Sofia” de Joistein Gaarder e um incômodo que temos há mais de dois milênios de existência.

Existência. Que seria isso? Sinceramente, não sei. E, sinceramente outra vez, suponho que não chegarei a essa resposta até o último dia da minha.
Penso, logo existo”, disse Descartes. Mas, o que é o existir? Nascemos, vivemos, morremos. É essa a lei. Mas o intrigante e o incompreensível, não é não compreender a lei, mas sim saber por quê?

É tudo tão incerto”, diz Clarice. E realmente percebo que é a mais pura verdade. Incerteza é a certeza do ser humano. O que precisamos fazer é viver, com o mais alto grau de intensidade.

*Só para acrescentar. Benjamin Moser é um escritor americano que dedicou-se a pesquisar Clarice, após tê-la conhecido em aulas de Literatura Brasileira.





















"E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano." (CL)

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